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Sustentabilidade no Paisagismo

  • Foto do escritor: Olivia Uliano
    Olivia Uliano
  • 18 de set. de 2019
  • 4 min de leitura

Muito se fala sobre sustentabilidade no dia a dia, mas como aplicar este conceito no paisagismo?


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Foto: Miloslav Jochmann

Existe uma preocupação crescente em como ser mais sustentável, e de certo modo, esta mudança de consciência é algo que deve ser abordada com muita seriedade e urgência, pelo nosso próprio bem. Mas o que é ser mais sustentável? Explicando de forma simplificada: é suprir nossas necessidades, utilizar recursos naturais de forma inteligente e responsável, e garantir a sobrevivência em um ambiente saudável, para a nossa e também futuras gerações – de humanos e demais seres vivos.


A seguir, vou abordar algumas formas e pontos de atenção, que possibilitam que seu jardim seja mais sustentável:


Utilização de plantas nativas – O Brasil conta com a maior biodiversidade do mundo – cerca de 20 % do total de espécies da Terra¹. Porém, grande parte desta variedade de vida foi sendo suprimida ao longo do tempo, em função da urbanização desenfreada e da predominância de utilização de espécies exóticas (ou seja, que vêm de outras localidades de fora), nas áreas urbanas e rurais do país. Só em São Paulo por exemplo, estima-se que cerca de 80 % das espécies utilizadas no paisagismo são exóticas², e muitas delas, invasoras, que são a segunda maior causa de extinção de espécies no planeta³. Sendo assim, já passou da hora de valorizarmos e utilizarmos nossas espécies nativas, e de preferência originais do bioma do local em que estiver sendo realizado o projeto paisagístico. Nos apropriar desta preciosidade que é a nossa biodiversidade é uma questão de grande importância, pois além de prestar serviços ambientais, regular o clima e ciclos hídricos, fomentar a economia local, auxiliar na alimentação e sobrevivência da fauna nativa, muitas espécies podem ser salvas com esta valorização no mundo do paisagismo.


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Foto: Miloslav Jochmann

Utilizar espécies frutíferas e floríferas – Não estamos sozinhos no mundo, dividimos este planeta com diversas outras espécies, e garantir a sobrevivência dos mesmos, não apenas é uma questão ética, como também é fundamental para a nossa própria sobrevivência. Usar espécies que produzem flores e frutos, especialmente as nativas, possuem uma função vital no equilíbrio do ecossistema, pois alimentam e servem de abrigo para a fauna, como por exemplo pássaros, borboletas, e insetos polinizadores.


Utilizar camada de mulching - Cobertura do solo com matérias secas, como folhas secas, casca de Pinus, aparas de gramas. Isso irá auxiliar a manter seu jardim úmido por mais tempo, diminuindo assim a frequência da irrigação, e o uso de água.


Reaproveitamento de água da chuva - Armazenar águas pluviais em cisternas, é uma maneira de economizar na conta de água, e reaproveitar este precioso recurso na rega das plantas.


Sistema de irrigação automatizada - Além de permitir uma utilização otimizada dos recursos hídricos, ao reduzir o uso de água, possibilita economia financeira, e também praticidade no cuidado com as plantas.


Jardins verticais ou telhados verdes – Auxiliam no isolamento térmico e acústico das construções, deixando a temperatura mais agradável, economizando no ar condicionado e reduzindo o custo energético, além de deixarem os ambientes mais agradáveis.


Jardins Comestíveis – Produzir alimentos e temperos localmente diminui a necessidade de transporte e distribuição dos mesmos, o que ajuda a reduzir a emissão de carbono e outros poluentes, contribuindo diretamente para a redução do efeito estufa e para uma cidade mais saudável.


Compostagem – além de reduzir seus resíduos orgânicos que iriam para um aterro, é possível aproveitar também as aparas de grama, e folhas secas do jardim – e ainda produzir um adubo de ótima qualidade para suas plantas.


Escolha de materiais – Isso é possível fazer de várias formas, como utilizar materiais duráveis, de boa qualidade, com certificação e selos, atóxicos, regionais. É importante analisar a cadeia e o ciclo completo do produto (como foi feito, quanto dura, se é reciclável, quais as vantagens que proporciona para o ambiente, como será descartado, se possui logística reversa)


Utilização de madeira certificada – Para garantir que a origem do produto não foi proveniente de desmatamento ilegal, um exemplo de certificação é o o selo FSC.


Utilização de pisos drenantes – Para permitir uma maior permeabilidade do solo em áreas externas, e assim garantir


Cuidados com o Solo – Se atentar ao uso de adubos químicos e defensivos para pragas é de extrema importância. Estes elementos podem contaminar os lençóis freáticos e afetar toda uma cadeia de biodiversidade. Dar preferência para produtos orgânicos, além de melhorar a saúde das plantas, garante também um solo mais saudável, alimentando microrganismos que são fundamentais para o bom desenvolvimento das espécies vegetais.


Por fim, diante de tanta destruição da natureza e uso indiscriminado de seus recursos, é realmente extremamente necessário que tenhamos essa reflexão, para que possamos mudar nossas atitudes e escolhas. O mundo natural é a nossa origem, a nossa casa e nosso sustento. Evoluímos neste ambiente, e precisaremos dele de uma forma ou de outra, para garantir não só nossa sobrevivência, mas uma existência mais saudável para todos.


E você? Como você acha que um jardim pode se tornar mais sustentável? Comente aqui embaixo para mais sugestões e ideias! :)


Fontes das informações:


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© 2019 por Olivia Uliano

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